A música portuguesa continua a oferecer, ano após ano, grandes canções que vão marcando as nossas vidas e que ficam nas nossas memórias durante largos anos. Compilamos aqui um lote de 30 canções de produção nacional que, de uma forma ou outra, deixaram a sua marca no ano de 2021. Este foi um ano marcado pelo início da saída de um período pandémico no qual a industria musical foi severamente afetada, principalmente devido à ausência de concertos.
30º Cláudia Pascoal “Fado Chiclete”
A pouco e pouco Cláudia Pascoal tem ganho o seu espaço no mercado da música portuguesa. Desde a sua participação no The Voice da RTP onde interpretou “Dream a Little Dream of Me” de Ella Fitzgerald, que a sua carreira tem vindo a crescer. Participou pouco tempo depois no Festival da Canção, que venceu, dando voz a uma canção de Isaura e colaborou depois com vários artistas bem conhecidos do panorama nacional. Uma dessas colaborações foi com um dos artistas mais criativos em Portugal, David Fonseca, com quem gravou “Fado Chiclete”.
29º Elenco do Filme Bem Bom “Bem Bom”
Em 2021 continuou a viver-se o fenómeno Doce, banda que brilhou durante o início da década de 80. A carreira da girlsband portuguesa deu origem a um filme e série, exibidas em 2020 e 2021. Os temas da banda sonora de “Bem Bom” foram interpretadas pelas atrizes que encarnaram das Doce: Carolina Carvalho, Bárbara Branco, Ana Marta Ferreira e Lia Carvalho.
28º Nenny “Sushi”
Mudou-se para o Luxemburgo bastante jovem e a partir de lá começou a gravar por sua conta e risco algumas canções que acabariam por se tornar verdadeiros hits. De Nenny já conhecíamos “Sushi” e em 2021 junta “Tequilla” aos seus primeiros hits que a colocam como uma das artistas revelação da música portuguesa e no patamar das artistas mais promissoras do hip-hop nacional. 2021 foi também o ano onde participou no prestigiado “Colors” onde interpretou “Tequilla”.
27º Carlão “1986”
Na sua carreira a solo após o final dos Da Weasel, Carlão tem conseguido uma carreira única em Portugal conseguindo já por diversas vezes lançar temas que se tornam verdadeiros clássicos da música portuguesa na área do hip-hop. Este é mais um dos bons exemplos. “1986” é mais um dos hits de Carlão. O lançamento surge numa altura em que se especula sobre o regresso dos Da Weasel, banda de que fez parte durante muitos anos e que tem concerto marcado para a edição do NOS Alive 2022.
26º Marco Rodrigues “Eu Sou do Roque”
Uma verdadeira visão pop do fado tradicional. Marco Rodrigues surpreendeu os seus fãs com a edição do seu mais recente álbum, afastado-se muito do fado tradicional. Foram várias as canções que deram nas vistas, mas uma em especial, “Eu sou do Roque”, que acabou por se notar mais muito devido ao grande airplay conseguido em algumas das rádios nacionais. David Fonseca é o autor da letra enquanto o arranjo é da responsabilidade de Tiago Machado. Conta a história de um jovem fadista que quer impressionar uma rapariga que não tem grande entusiasmo pelo fado.
25º Neev “Dancin in the Stars”
Desde 2016, ano da vitória de Salvador Sobral na Eurovisão, que muitos artistas aproveitam a plataforma do Festival da Canção para lançar, relançar ou solidificar as suas carreiras. Uma das canções que deu nas vistas na edição de 2021 foi “Dancing in the Stars” de Neev, canção que alcançou o 3º lugar do evento.
24º Ana Moura “Jacarandá”
Após o estrondoso sucesso de “Andorinhas”, esta foi a segunda canção a ser conhecida do próximo álbum de Ana Moura e onde mais uma vez a fadista deu a conhecer novas sonoridades, muito afastadas do fado que a caracterizou durante muitos anos. Mais um aperitivo para o álbum que deverá ser lançado em breve. O disco já deverá estar pronto, mas a pandemia e depois a sua gravidez alteraram os planos iniciais da sua edição.
23º SYRO “Rio de Água” (ft Gisela João)
SYRO é um jovem de 25 anos que desde os 12 está ligado ao mundo da música, como baterista, tendo integrado vários projetos como por exemplo os Caelum. Em 2020 deus nas vistas com “Perto de Mim”. Este ano notabilizou-se mais uma vez com o single “Rio de Água” na qual participa a fadista Gisela João. Foi sem dúvida mais um passo de gigante no reconhecimento nacional deste início de carreira promissor de Syro.
22º Fernando Daniel “Raro”
Fernando Daniel anunciou em julho de 2021 através do lançamento do vídeo de “Raro”, que iria ser pai pela primeira vez. O artista de 25 anos fez o anuncio no final do vídeo onde surge a acariciar a barriga da sua namorada Sara Vidal. O tema acabou por ser um dos sucessos de 2021, mais uma dos já muitos da carreira de Fernando Daniel. É atualmente um dos artistas mais populares em Portugal. Fez também parte dos jurados do The Voice da RTP.
21º Mike11 “Ride” (ft Bárbara Bandeira)
Apesar de ter passado um pouco ao lado das programações das rádios nacionais, “Ride” de Mike11 acabou por estar entre os mais ouvidos nas plataformas de streaming no nosso país, em particular do Spotify, sendo durante muitas semanas o tema português mais ouvido daquela plataforma. “Ride” de Mike11 está incluído no álbum “19.2K” e contou com a participação de Bárbara Bandeira, outra das grandes figuras musicais de 2021.
20º Fábia Rebordão “Rumo ao Sul”
Fábia Rebordão é mais uma das artistas cujas origens são do fado, mas que nos tempos mais recentes fizeram uma viragem para um som mais pop, como são também os casos recentes de Marco Rodrigues ou Ana Moura por exemplo. É também mais uma das artistas que conseguiu “um lugar ao sol” no panorama da música portuguesa depois de passar por concursos caça talentos nacionais, no caso o da Operação Triunfo da RTP em 2003, ainda que antes já atuasse durante vários anos em casas de fado e participado ainda num musical de Filipe La Féria, “My Fair Lady”. Quanto ao single de 2021 “Rumo ao Sul”, tornou-se num dos maiores êxitos da cantora. Está incluído no álbum “Eu Sou”.
18º Bárbara Tinoco “Advogado” (ft Carlão)
Há vários artistas que repetem a sua presença nesta lista das Melhores Músicas de 2021. Dois deles estão aqui reunidos em “Advogado”, uma canção que faz parte de um EP “Desalinhados” lançado por Bárbara Tinoco com vários convidados de luxo, entre os quais Carolina Deslandes, António Zambujo e o ex-vocalista dos Da Weasel, Carlão. “Advogado” é mais uma das canções que a jovem cantora tem feito questão de tocar em muitos dos seus concertos ao vivo.
17º Nininho Vaz Maia “Pegate a Mi”
Nininho Vaz Maia é um artista português de etnia cigana que começou a conquistar fãs através do seu canal de YouTube criado em 2019. Não demorou muito até surgirem convites para espetáculos e apresentações televisivas. O cantor foi convidado, por exemplo, para fazer parte dos júris do programa “All Together Now” da TVI. Mas foi com “Pégate a Mim” que se tornou conhecido de todos. Foi a partir desse momento que a sua carreira deu definitivamente o salto que tanto desejava.
16º Nena “Portas do Sol”
“Portas do Sol” foi lançada no final de 2020, mas acabou por chegar ao ouvido de todos principalmente um ano depois. “O tema conta com letra e música de Nena. A produção e arranjos ficaram a cargo de João Só. Influenciada musicalmente por nomes como John Mayer, Taylor Swift, Sara Bareilles, The Chicks (ex-Dixie Chicks) ou Maro, Nena começou a desenvolver a escrita de canções desde muito jovem, tendo escrito a primeira apenas com 12 anos. No processo de composição, à guitarra, onde letra e música nascem habitualmente em simultâneo, o amor é a temática mais recorrente. Nena está entre as principais revelações da música portuguesa de 2021.
15º Diogo Piçarra “Vem Dançar Comigo”
2021 foi um ano de alguns lançamentos “avulsos” de Diogo Piçarra após a era “South Side Boy”. Um ano em cheio em que deu nas vistas com temas como “Nada É Pra Sempre” com Vitor Kley ou “Monarquia” com Bispo. Outro dos temas que o cantor de Faro deu a conhecer foi “Vem Dançar Comigo”, música que deu também origem ao nome da digressão que começou no nosso país mas que o vai levar também para outros países nos próximos meses.
14º Julinho Ksd & Richie Campbell “Don’t Lie”
Julinho Ksd é uma das confirmações da música nacional. Começou a notabilizar-se em 2019, mas foi em 2021 que conseguiu alcançar os seus maiores sucessos. A prova disso mesmo está na sua constante presença na lista semanal dos mais ouvidos nas tabelas de streaming do Spotify. Um dos temas de maior relevo de Julinho Ksd é aquele em que colabora com a estrela nacional do reggae, Richie Campbell.
13º Luís Trigacheiro “O Meu Nome É Saudade”
Depois de vencer a edição de 2021 do The Voice RTP com algumas atuações memoráveis como a de “As Mondadeiras” logo nas provas cegas, o bejense Luís Trigacheiro começou a trabalhar em novos temas para a edição futura de um álbum que deverá ser editado no início do próximo ano. A primeira amostra desse álbum é “Meu Nome É Saudade”, onde prova todo o seu valor enquanto cantor e nos deixa a desejar por conhecer mais canções do artista alentejano no futuro.
Luís Trigacheiro é uma das maiores revelações do ano da música portuguesa.
12º Bárbara Tinoco “Carta de Guerra”
Bárbara Tinoco é outros dos valores seguros da música portuguesa a surgir do The Voice da RTP. A performance de “Antes Dela Dizer Que Sim” após a sua eliminação prematura do concurso, não será nunca esquecida para quem viu e muito menos para a própria. Foi a verdadeira rampa de lançamento para uma das artistas mais pró-ativas do ano. Editou um EP com vários convidados de luxo, esgotou concertos um pouco por todo o país e lançou ainda o single “Carta de Guerra”, uma canção onde confirma o seu valor como escritora de canções simples mas profundas e eficazes. Bárbara Tinoco já é uma das artistas mais populares em Portugal, apesar da sua tenra idade.
11º Os Quatro e Meia “Olá Solidão”
Os Quatro e Meia são uma banda de Coimbra e surgiu em 2013, após uma atuação de sucesso de um grupo de estudantes universitários de Coimbra num espetáculo de angariação de fundos para uma academia de dança. A partir daí foram partilhando a carreira musical com as suas profissões. Quase dez anos depois já tem três álbuns editados. O mais recente foi antecedido pelo single “Olá Solidão”, uma das músicas portuguesas mais tocadas nas rádios nacionais ao longo da segunda metade do ano. O vídeo da canção é produzido por André Tentugal e segundo a própria banda é um “alerta para que ninguém deve ficar para trás” principalmente devido a esta época de “isolamentos forçados, privadas do contacto, das conversas longas, dos sorrisos”.
10º António Zambujo “Lote B”
“Lote B” foi o single de apresentação do álbum “António Zambujo Voz e Violão” um disco editado em abril. “Lote B”, escrito por Pedro da Silva Martins e Luís José Martins. O vídeo é da responsabilidade de Pedro Serrazina.
9º Diogo Piçarra “Monarquia” (ft Bispo)
Foram vários os sucessos de Diogo Piçarra ao longo de 2021. Uma delas acabou por ser das mais ouvidas no Spotify entre as músicas portuguesas: “Monarquia”. Provavelmente mais uma das razões qu elevou a vencer o prémio Best Portuguese Act nos MTV EMA.
8º The Black Mamba “Love is on My Side”
A banda liderada por Tatanka foi a representante deste ano na Eurovisão que decorreu nos Países Baixos. Foi provavelmente o maior salto de popularidade dos The Black Mamba em toda a sua carreira. “Love Is On My Side” tornou-se no maior sucesso da banda até à data e um dos mais populares do ano.
7º Nenny “Tequilla”
Em 2019, o mundo da música ficou a conhecer Nenny com o single “Sushi”. Por estes dias, o vídeo já conta com quase 15 milhões de visualizações no YouTube sendo bastantes vezes comparada a artistas como Billie Eilish ou Lauryn Hill. Tornou-se rapidamente um fenómeno musical da música portuguesa ainda que Nenny resida habitualmente fora do nosso país. Mudou-se há pouco tempo para o Luxemburgo com a sua família, onde atualmente escreve, compõe e realiza os seus vídeos. Este ano deu nas vistas também com “Tequilla” em particular após a sua participação no “Colors”.
6º Carolina Deslandes “Por Um Triz”
“Por Um Triz” foi a canção que Carolina Deslandes levou à edição de 2021 do Festival de Canção, onde ficou bastante perto de ter sido a escolhida para representar Portugal na Eurovisão, honra que acabou por sorrir aos The Black Mamba. Alguns meses depois, o single ainda continuou a ter bastante airplay.
5º Dino d’Santiago & Slow J “Esquinas”
O algarvio Dino D’Santiago é o novo grande representante da música portuguesa fora de portas e transporta com ele todo o ritmo e sentimento de inspiração africana. Dino D’Santiago tem gravado vários álbuns ao longo dos últimos anos a um ritmo frenético, mas sempre com sonoridades diferenciadoras. A juntar ao seu cada vez mais reconhecido talento, Dino D’Santiago tem convidado inúmeros artistas de várias áreas. Um desses convites seguiu para Slow J com quem gravou “Esquinas”. Está incluído no álbum “Badiu”.
4º Frankieontheguitar, Slow J & Ivandro “Imagina”
Três importantes e influentes nomes do novo hip-hop / r&b nacional juntaram-se, e em boa hora, para gravar o tema “Imagina”. O resultado reflete bem a sonoridade de cada um dos artistas. Esta é uma das músicas mais escutadas em diversas plataformas de streaming como o Spotify onde durante várias semanas foi a música portuguesa mais ouvida na plataforma.
3º Bárbara Bandeira e Carminho “Onde Vais”
Os PLAY – Prémios da Música Portuguesa galardoaram o dueto “Onde Vais” de Bárbara Bandeira e Carminho como a Canção do Ano. O tema, com letra de Ivo Lucas, Bárbara Bandeira e Carminho conta também com as participação de Phelipe Ferreira e Tyoz que assinam a composição da música. Além de uma das canções mais populares do ano, foi também uma das mais vistas no YouTube num vídeoclipe no qual as artistas atuam num Coliseu de Lisboa completamente vazio.
2º Carolina Deslandes “Não Me Importo”
Carolina Deslandes lançou no final de 2020 o EP “Mulher” com seis canções, entre as quais “Não Me Importo”. Este foi um projeto acompanhado de uma curta-metragem com o mesmo nome e que foi apresentado precisamente no Dia Internacional Pela Eliminação da Violência Contra As Mulheres. “Não Me Importo” e o projeto “Mulher” confirmaram definitivamente a artista no topo dos artistas nacionais mais respeitados da atual geração.
1º Ana Moura “Andorinhas”
Esta é a canção que marca definitivamente um ponto de viragem na carreira da fadista Ana Moura. Este é o ano em que Ana Moura conjuga outras sonoridades mais pop e música de influência árabe ao fado que caracterizou toda a sua carreira. É também o ano em que a fadista abandona a editora Universal, para trilhar o seu futuro sozinha, sem o apoio de uma multinacional. A todas estas mudanças não estará alheio o facto de ter começado a contar com a colaboração próxima de Pedro Máfama.