Lady Gaga “Harlequin”

27 Set 2024

Lady Gaga lançou esta semana “Harlequin”, um álbum surpresa inspirado na personagem Harley Quinn de “Joker: Folie à Deux” (antes da estreia do filme, a 3 de outubro). O álbum foi coproduzido inteiramente por Lady Gaga e Michael Polansky, levando os ouvintes numa viagem que desafia géneros musicais e capta a essência de uma das figuras mais icónicas e caóticas da cultura pop. Lady Gaga havia anunciado o álbum através do seu Instagram esta semana.

Apelidado de “LG6.5”, “Harlequin” é uma exploração da complexidade emocional crua de uma mulher que prospera no caos, uma força que desafia o género e que não pode ser contida. Tal como Harley Quinn e a própria Lady Gaga, este álbum é imprevisível, repleto de contrastes e assumidamente ousado.

Notavelmente, “Harlequin” é o primeiro álbum inspirado no jazz de Lady Gaga desde a morte do seu colaborador de longa data, Tony Bennett. O álbum representa um passo em frente no sentido de trazer os standards clássicos para a era moderna, como se estas canções intemporais fossem recriadas através das lentes de todas as canções que se seguiram. Gaga dá uma nova vida a estas canções célebres, combinando o seu profundo amor pelo jazz com uma abordagem fresca e vanguardista, honrando o passado enquanto o transporta para um território desconhecido.

Uma versão moderna da pop vintage, o álbum é influenciado pelo vasto léxico musical americano – fortemente enraizado nos blues e na música americana antiga. Canções como “World On A String” podem ser hoje apelidadas de jazz, mas quando Tony Bennett a lançou, era simplesmente música pop. É este o espírito de “Harlequin” – um disco que desafia rótulos e explora a essência da música americana.

Do jazz ao punk, do funk aos blues e tudo o que está no meio, “Harlequin” apresenta arranjos únicos e originais de canções que evocam o caos vibrante e a profundidade emocional da personagem. Clássicos como “Good Morning” e “Get Happy (2024)” são reinventados com letras adicionais – pontuando o espírito rebelde de Harley, enquanto “Oh, When The Saints” e “World On A String” ganham um novo significado através de arranjos peculiares e de alta energia.

O álbum conta ainda com novas interpretações de “If My Friends Could See Me Now” e “That’s Entertainment”, com um forte contraste nas interpretações vocais que trazem à tona o lado malicioso de Harley. “Smile” é transformado num hino assustador de autoconsciência e ironia, enquanto a canção “The Joker” mergulha profundamente na ligação da Harley com o infame Joker, dando aos ouvintes um vislumbre da sua relação distorcida, mas profunda.

Canções originais como “Happy Mistake” e “Folie À Deux” servem como núcleo emocional do álbum, combinando vulnerabilidade crua com energia caótica, refletindo a luta de uma mulher entre o seu sentido de identidade e a sua descida à loucura.

Rádio Arena